Intervenção 1
Decolonizar é reconhecer sujeitos onde só se enxergavam objetos: Os africanos livres da Fábrica de Ferro de São João de Ipanema
Decolonizar é reconhecer sujeitos onde só se enxergavam objetos: Os africanos livres da Fábrica de Ferro de São João de Ipanema
A placa de 1884 celebra a visita da Princesa Isabel e do Conde d’Eu à primeira fábrica de ferro fundido do Brasil, a de São João de Ipanema, que funcionou entre 1810 e 1895, na província de São Paulo.
A placa de 1886 faz alusão à visita de D. Pedro II, acompanhado do Conselheiro Antônio Prado e do presidente Barão de Parnaíba, para a inauguração de novas instalações da fábrica.
Entre 1835 e 1864, a siderúrgica contou com o trabalho de 161 africanos livres, oficialmente assim denominados por terem sido resgatados de navios condenados por tráfico ilegal. Na prática, quando chegaram ao Brasil, estes africanos foram obrigados a trabalhar para particulares ou em instituições públicas, privadas ou religiosas. A maioria destes homens nunca chegou a viver em liberdade.
Em homenagem aos africanos livres da fábrica de Ferro de São João de Ipanema, reproduzimos aqui seus nomes e procedências, tal qual constam nas atas do Parlamento britânico de 1865.
Francisco Angola, Pedro Angola, Estevão Angola, Jeremias Angola, Lazaro Congo, Lourenço Angola, Gregório Benguela, Manuel Benguela, Faustino Benguela, Fabiano Congo, Porfirio Angola, Theotonio Angola, Eleuterio Angola, Mathias Angola, Leandro Benguela, Romão Angola, Hemetério Angola, Lucio Cassange, Theophilo Congo, Rogerio Congo, Patricio Congo, Alexandre Cassange, Climaço Benguela, Balbino Benguela, Izidoro Benguela, Gabriel Benguela, Vicente Congo, Martinho, Congo, Paulo Angola, Elias Angola, Atanasio Monjolo, Basílio Congo, Inocêncio Benguela, Pantaleão Congo, Felipe Benguela, Mathias Congo, Bruno Congo, Daniel Benguela. Bartolomeu Benguela, Crispiniano Bié, Severiano Angola, Damaso Congo, Luciano Benguela, Papimano Benguela, Marcelino Benguela, Manoel Angola, Honorato Congo, Felix Congo, Bento Congo, Canuto Congo, José Congo, Ildefonso Moange, Mathias Moange, Adrião Baca, Martinho Macua, Angelo Macua, Romão Macua, Primo Mucena, Thadeu Mucena, Martiniano Macuá, Bernabé Monange, Braz Monange, Carlos Mucena, Ignacio Mucena, Augusto Mucena, Custódio Mucena, Bertholdo Lucena, Raimundo Mogange, Deziderio Monange, Benedito Mucena, Julio Mucena, Aleixo Macuá, Silvério Mogange, Laurentino Monange, Benjamin Monange, Balbino Monange, Jovita Sunna, Tertuliano Sunna, Gabriel Sunna, Olegario Macua, Luciano Macua, Belmiro Mogange, Antonio Ganguela, Agapito Ganguela, Antenor Barundo, Ambrozio Barundo, Antonio Segundo Ganguela, Araham Ganguela, Anselmo Ganguela, Angelo Naomba, Anastacio Caudimba, Amando Garanga, Atanazio Garanga, Antero Coscambo, Apolinário Nequício, Amaro Garanga, Alberto Garanga, Antão Geratinanga, André Luale, Alvaro Cocanda, Agostinho Gauguella, Aniceto Oticio, Angelino Benguella, Aleixo Nabar, Arnaldo Ulioanda, Amado Barundo, Andromico Oticio, Braz Cassira, Bento Barundo, Benedito Luale, Balbino Ugarangue, Boaventura Capoco, Benildo Ugaranga, Bernardino Ugaranga, Bruno Ugaranga, Belchior Ugaranga, Bernardo Ganguella, Balthazar Cangombe, Bonifacio Cocanda, Bazilio Luale, Braulio Ugaranga, Bemvindo Cutiramba, Camillo Tivanda, Claudio Curnale, Canuto Covia, Candido Catumbira, Cosme Cucavete, Clarimundo Coqualuque, Claudiano Cocanda, Cyrilo Covia, Carlos Cotimbue, Candido Luale, Cantidiano Umbuira, Cazemiro Cabunda, Crispim Cabunda, Conrado Cabunda, Cleto Cabunda, Crispiniano Terengue, Domingos Luale, Damião Caconda, Dionisio Cabunda, Desiderio Luale, Deolindo Luale, Duarte Luale, Diocleciano Coronga, Damasio Maimbé, Demetrio Luale, Damiano Coruale, Dario Cabune, Damasco Barundo, Diogenes Cabunda, Dumentino Caruale, Ezequiel Carunda, Euzebio Cuamba, Eustaquio Tiara, Evaristo Caruale, Geremias Nativanda, Gregorio Caruale, Hilario Luale, Thomas Guitiranga, Braz Benguela
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