Intervenção 10
Decolonizar é ressignificar objetos: releituras sobre a coleção de esculturas “Tipos de rua”
Decolonizar é ressignificar objetos: releituras sobre a coleção de esculturas “Tipos de rua”
Chama atenção nesse conjunto de esculturas em miniatura o seu título, oriundo da sua ficha de catalogação: “Tipos de rua”. Primeiro por silenciar o fato de representar escravizados ao ganho, de meados a finais do século XIX, como mostram as esculturas com os pés descalços, ou ocultos. Segundo, o termo “tipo” era muito utilizado para reduzir pessoas não europeias a objeto de estudos científicos do século XIX, que classificavam a humanidade em raças, considerando inferiores africanos, ameríndios e orientais. Era como se pessoas pudessem ser definidas segundo sua “espécie” ou “raça”, a exemplo de “tipos” de plantas e animais.
A única notícia que se tem do artista Erotides Américo de Araújo Lopes (*Salvador, 17.12.1847 – + ? ) está na obra de Manuel Querino, “Artistas Bahianos”, publicada em 1909. Escreve ele que o miniaturista esculpia na madeira, especializando-se depois em trabalhos na pedra jaspe e na casca de cajazeira, como as estatuetas aqui expostas. Há notícias de que suas obras eram muito vendidas, com destaque para países como Inglaterra, Portugal e França.
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