• © Pedro Medeiros, Mural a Marielle Franco de Vihls, 2021

Mural Marielle Franco

Artigo por
Cristiana Santiago Tejo

Mural Marielle Franco

As colonialidades do saber e do poder continuam a estruturar o Brasil mesmo duzentos anos após a sua independência de Portugal. A antiga metrópole, por sua vez, também é marcada permanentemente por esta relação que amalgamou sua identidade cultural e assegurou sua manutenção financeira por séculos. Esse vínculo pode ser visto não apenas nas arquiteturas social e física de ambos os países, mas principalmente nos seus monumentos. Este artigo busca lançar luz sobre os entrelaçamentos da colonialidade em ambos os países a partir da abordagem do painel da ativista brasileira Marielle Franco feito pelo artista português Vhils. Compreende-se que olhar e analisar uma obra de arte em espaço público de Lisboa de uma vereadora negra, lésbica e favelada neste momento em que mundo afora movimentos sociais clamam pela descolonização é destrinçar uma complexa e longa teia colonial que apenas muito recentemente tem sido enfrentada por ambos os países. É reconhecer a persistência da presença colonial nos atos falhos, nas ausências, naquilo que o mundo ocidental julga ser menor. No presente texto, essa história é abordada por meio de alguns monumentos portugueses que presentificam o passado e dos muros brasileiros que confrontam essa narrativa hegemônica.

Galeria

  • © Pedro Medeiros, Mural a Marielle Franco de Vihls, 2021

  • © Pedro Medeiros, Mural a Marielle Franco de Vihls, 2021

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