• © Pedro Medeiros, Museu Nacional de Etnologia, 2021

  • Gungunhana ostentando a sua coroa de Cera, 1895

Museu Nacional de Etnologia

Artigo por
Lorena Sancho Querol

Desvendar memórias no Museu Nacional de Etnologia

Detentor do património etnográfico de maior relevância a nível nacional, o Museu Nacional de Etnologia reúne coleções de cinco continentes.
Apologista de uma museologia que privilegia critérios de marcado caráter ocidental, tornando estéril qualquer tentativa de descolonizar o olhar, o Museu tem ocultado sistematicamente o lado violento e racista do colonialismo português, abordando a historia colonial portuguesa desde uma perspetiva luso-tropicalista.
Neste ensaio debruçamo-nos sobre uma peça única pela sua historia, carga simbólica e poder pedagógico, para ajudar-nos a perceber os ecos de uma mediação descolonial e descolonizadora: o cesto do Imperador Ngungunhane (Moçambique).
Da mão da museologia crítica descortinamos formas de injustiça, de racismo e de lutas de poder inerentes ao objeto, emergindo a possibilidade de perceber a sua origem, os seus valores intrínsecos e suas essências culturais.

Galeria

  • © Pedro Medeiros, Museu Nacional de Etnologia, 2021

  • Cesto / Autoria atribuída a Gungunhana, último chefe Nguni a governar no sul de Moçambique, até a sua captura por Joaquim Mouzinho de Albuquerque em 1895. Produzido no seu exílio em Portugal e oferecido pelo próprio ao Dr. Cornivel Moreira, médico que o tratou em Lisboa. Fotografia de Dr. João Sarmento e Dr. Moisés Lemos Martins

  • Gungunhana ostentando a sua coroa de Cera, 1895

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