Decolonizar é confrontar narrativas: Intervenção sobre o painel “Riqueza e Escravidão”

Esta intervenção no modo de exibir do Museu Histórico Nacional tensiona seu lugar canônico que, numa corajosa atitude decolonial, deixa explícitas as revisões feitas no texto.
A mudança apenas de algumas palavras pode, nesse caso, produzir uma nova imaginação – mais difícil, violenta e complexa – sobre o Brasil e sua história. Expor como correção de texto pode, também, mostrar estratégias discursivas de silenciamento da história da escravidão no Brasil.

Latifúndios, Exploração e Escravidão
Uma das principais estruturas coloniais deixadas ao Brasil independente foi a grande propriedade de base escravista. A continuidade do sistema escravista favoreceu a formação e fortalecimento de uma elite que enriqueceu, sobretudo com o café, e que teve forte poder local e influência junto ao governo imperial.
Alguns membros dessa elite foram distinguidos com títulos, brasões e comendas, em troca de serviços prestados e demonstrações de fidelidade à monarquia. Formavam uma minoria que, ao garantir seus interesses políticos e econômicos, era proprietária de homens, mulheres e crianças escravizadas para produzirem suas riquezas.