Decolonizar é ressignificar objetos: Máscara de ferro - símbolo da dor da escravidão

Esta máscara de ferro foi encontrada às margens do rio Grande, onde hoje se localiza a cidade de Bom Jardim, em Minas Gerais. O documento de 1922, que registra a sua venda ao Museu Histórico Nacional, atribui a 1680 o ano de sua fabricação e especula-se que ela teria sido usada em “escravos a fim de não poderem eles esconder na boca ouro ou pedras preciosas, quando em serviço de seus senhores nas minas”.
Imagem icônica da dor da escravização, a máscara de ferro há séculos é associada àquela usada por Anastácia, figura de devoção popular católica, tida por muitos como santa. Contemporaneamente, ela vem sendo ressignificada, tendo sido transformada, ao mesmo tempo, em símbolo do silenciamento imposto à população negra brasileira e da resistência de africanos e seus descendentes aos horrores da escravização.